IASP homenageia professor argentino Antonio María Hernández com título de associado honorário
Retomada da iniciativa ‘Experiências Estrangeiras’ para promover intercâmbio de juristas inaugura novo ambiente para eventos na sede do Instituto
O Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) diplomou o professor Antonio María Hernández como associado honorário da instituição em solenidade no dia 24/4. A cerimônia inaugurou o novo auditório no Instituto e foi marcada por uma conferência do homenageado sobre “Hiperpresidencialismo na América Latina”, que atraiu membros da comunidade jurídica e acadêmica.
Hernández é doutor em Direito e Ciências Sociais pela Universidade Nacional de Córdoba, onde atua como catedrático. É também diretor do Instituto de Federalismo da Academia Nacional de Direito e Ciências Sociais de Córdoba e é reconhecido como uma das maiores autoridades latino-americanas em Direito Constitucional e Direito Público.
Em sua fala, o presidente do IASP, Diogo Leonardo Machado de Melo, destacou a relevância da retomada da iniciativa “Experiências Estrangeiras”, que visa promover o intercâmbio com juristas internacionais. “Hoje tivemos a oportunidade de receber o professor Antonio Hernández, uma das maiores autoridades em Direito Público e Constitucional da América Latina. Isto mostra que o Instituto tem essa preocupação com a internacionalização e a troca de experiências com a comunidade jurídica da América Latina e do mundo”, afirmou.
Responsável pela apresentação do homenageado, o professor da PUC-SP Marcelo Figueiredo, amigo pessoal de Hernández, reforçou a importância da aproximação entre juristas latino-americanos. “O professor Hernández é um constitucionalista de referência, com experiência internacional. Sua presença aqui aprofunda o debate sobre federalismo e o Estado de Direito na região. O IASP, com essa iniciativa, mostra seu compromisso com o direito comparado e com o fortalecimento da democracia”, disse.
Durante a conferência, Hernández alertou para os riscos do hiperpresidencialismo em diversos países da América Latina. “É uma verdadeira patologia. O avanço dos presidentes sem os devidos controles do Congresso e, por vezes, do Judiciário, fere o princípio republicano da separação e equilíbrio dos poderes”, afirmou. Ele citou exemplos como Argentina, El Salvador, Peru e Paraguai, contrastando com o Brasil, que, segundo ele, apresenta um funcionamento institucional mais equilibrado.
O professor também chamou atenção para os desafios da democracia no cenário global, fazendo referência à classificação da revista The Economist, que aponta poucos países latino-americanos como democracias plenas. “É fundamental aprofundarmos o debate sobre essas questões, e o papel de institutos como o IASP é essencial nesse processo. Professores e advogados precisam estar dispostos a levantar a voz em defesa da democracia”, concluiu.
A diretora cultural do IASP, Heidi Florêncio, agradeceu a presença do professor e destacou a importância da palestra. “Foi uma honra recebê-lo. Todos nós aprendemos muito com sua experiência e reflexões.”
O evento reforça o compromisso do IASP com a produção e disseminação do conhecimento jurídico e com a valorização do diálogo internacional, especialmente em temas sensíveis como a defesa das instituições democráticas na América Latina.
