Brasil é visto como possível pioneiro na adoção de Inteligência Artificial no Direito

IASP recebeu especialista que aponta a economia de tempo e custos nos processos mais simples, garantindo mais foco para os processos mais complexos

Por Avocar Comunicação

O Brasil pode ser pioneiro no uso da Inteligência Artificial pelo Direito, já que juízes e advogados, querem que a tecnologia, seja usado para “ casos de rotina para conseguirem ser mais criativos nos casos que exijam tal criatividade”, apontou o pesquisador  Joshua Walker, fundador do CodeX, importante laboratório de inovação e tecnologia, no debate On Legal AI, no Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) no dia 14 de março. O evento integrou as diversas atividades de lançamento da edição brasileira da obra On Legal AI

“É muito importante e vai ao encontro das missões do IASP receber um evento como esse, tanto pela tema inovador e ainda pouco conhecido entre os profissionais, quanto pelo convidado Joshua Walker, um dos principais especialistas no mundo sobre o tema”, destacou a diretora cultural do IASP, Ana Nery. 

Compuseram a mesa o presidente da Comissão de Direito, Inovação e Tecnologia do IASP, Alexandre Zavaglia Coelho, e o presidente da Comissão de Jurimetria do IASP, Marcelo Guedes Nunes. O evento aconteceu em esquema híbrido e está disponível no Youtube. 

Para o especialista, o uso de dados tratados é essencial para diminuir o trabalho dos profissionais, à medida que oferece ferramentas estatísticas para facilitar a análise dos processos, sobretudo os mais simples, deixando tempo para se focar nos mais complexos. Joshua Walker destacou uma maior receptividade no Brasil para o uso de tecnologias que em outros países, onde há certo medo dos profissionais do Direito de perder seus empregos para a tecnologia. 

Marcelo Guedes, em consonância com o comentado por Walker, ressaltou que “na maioria das vezes, o custo do processo judicial é maior do que o direito que está sendo discutido” e o uso de dados e de IA diminuiria esse custo e a carga de trabalho do profissional. “Quando se estuda fenômenos humanos complexos, você precisa usar ferramentas estatísticas para melhor descrever a realidade, enfrentar os problemas e depois tentar propor soluções”, completa. 

Ana Nery também destaca a mudança que a incorporação dessas tecnologias pode trazer para o campo do direito: “Apesar de pouco conhecido, o uso da tecnologia tem se mostrado extremamente eficaz na agilização de alguns processos mais simples, tanto para os advogados, quanto para os juízes”, comenta a diretora cultural. 

Mesmo com a exposição das vantagens do uso de bancos de dados e Inteligência Artificial no setor jurídico, ainda há resistência à inclusão de tais tecnologias, sobretudo decorrente da falta de conhecimento dos profissionais mais experientes. Marcelo, por outro lado, esclarece: “você não precisa necessariamente saber como fazer esse tipo de trabalho, porque é complexo e multidisciplinar […] mas quando discutimos educação, só é necessário ser bom consumidor e entender a linguagem, como ler os dados, como consumir os dados e os resultados”.

Para assistir ao evento completo e entender um pouco mais acerca do uso de dados e Inteligência Artificial no Direito, entre na página do Youtube do IASP.