IASP lança Comissões das Mulheres e do Direito Antidriscriminatório

Voltando ao modelo presencial, Instituto relembra o Dia Internacional das Mulheres com palestra da presidente da Apamagis e debate entre advogadas e juristas

Por Avocar Comunicação

Marcando o retorno dos eventos presenciais, foi realizado no dia 08 de março, o evento do Dia Internacional das Mulheres na sede do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP). Na mesma ocasião, foram lançadas as comissões das Mulheres e do Direito Antidiscriminatório. O evento, que também foi transmitido pelo Youtube no modelo híbrido,  contou com a análise precisa de Vanessa Ribeiro Mateus, primeira presidente mulher da Associação Paulista dos Magistrados (Apamagis), e outras seis debatedoras representando diversas entidades ligadas à advocacia.

O presidente do IASP, Renato de Mello Jorge Silveira, apontou outras ações em direção à equidade de gênero no Instituto, com o aumento da participação da mulher em outros espaços. “Se o IASP quer e pretende continuar em seu papel de protagonismo, de vanguarda, que honrou seus 150 anos passados, precisa pensar nos seus próximos 150 anos” afirmou Renato Silveira logo no início da mesa. Veja entrevista com o presidente do IASP, clicando aqui

A Comissão das Mulheres será presidida por Thaís Folgosi Françoso, que destacou a importância dessa comissão em “quebrar barreiras para que as mulheres possam, de fato, estar nos espaços e representar a sociedade”.  Já a Comissão de Direito Antidiscriminatório está sob o comando de Luanda Morais Pires, que lembrou que nesse dia o Instituto inaugura uma nova fase, onde se “espera trabalhar com e pelos muitos que foram historicamente minorizados”.

A diretora Cultural do IASP,  Ana Nery, reconheceu o histórico do Instituto na questão da diversidade e da inclusão, mas entende que a criação das comissões é um marco decisivo para o Instituto se tornar mais plural. “Deixo aqui um compromisso dessa gestão: trabalhar para que mais mulheres não só ocupem maior número de presidências de comissões de estudos, mas também sejam convidadas para proferir palestra em nossas tradicionais reunião-almoço; sejam eleitas Conselheiras, Diretoras, Presidentes do IASP e recebam a maior honraria do IASP, o Prêmio Barão de Ramalho”. 

Para Susy Gomes Hoffmann, diretora de Comunicação do IASP, “comunicar-se é apresentar-se, comunicar-se é relacionar-se” e, dentro de tal premissa, é essencial que o IASP se apresente através da inovação e da mudança. Susy relembrou sua história de conquistas ao longo da vida e a importância de poder ter um IASP acessível e que transforme outras histórias. “Ser um instituto que faça essa mudança na sociedade, que tantas outras famílias consigam formar tantos outros doutores, que esse caminho seja de todos” finalizou. 

A desigualdade material entre homens e mulheres quanto ao percurso de suas carreiras dentro do mundo jurídico e político foi um dos destaques da fala da presidente da Apamagis, Vanessa Mateus. “Somente 37% de mulheres em cargos de liderança. Salários 23% menores do que o dos homens no mesmo cargo. Média de salário dos homens brancos 159% maior do que a média dos salários de mulheres negras. Em cargos de coordenação, o salário das mulheres é 15% menor do que o dos homens” , ressaltou a juíza, “quanto mais se sobe o cargo, maior é a diferença salarial”, completou. 

Silvia Rodrigues Pereira Pachikoski, primeira-tesoureira da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) e Gláucia M Lauletta Frascino, diretora executiva do Centros de Estudos das Sociedades de Advogados (CESA) também pontuaram que a ampliação da diversidade é essencial para se ter opiniões e ideias diferentes, logo um debate mais inclusivo e com melhores propostas. “É no diferente que o mundo engrandece, o igual permanece o mesmo” comentou Silvia. Gláucia complementou que a “diversidade significa que vamos oferecer oportunidade para todos, inclusive,  para pessoas que há muito pouco tempo atrás não tinham portas abertas”.

Ester Rufino, primeira mulher negra na diretoria do Instiuto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), buscou incluir a pauta da inclusão de mulheres negras no campo jurídico e relembrou a mudança regimental da sua entidade reforçando as ações afirmativas e garantindo 20% das vagas para mulheres e homens negros. Cláudia Patrícia de Luna Silva, conselheira fiscal da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ), também reforçou a necessidade da discussão acerca da mulher negra e parabenizou o IASP pela mesa do debate refletir as reais diversidades da sociedade brasileira, ressaltando “se o processo de diversidade causa incômodo é porque eles subvertem a lógica do comum”. 

Para assistir ao evento completo, entre na página do Youtube do IASP. Para imagens, entrevistas com participantes, escolha uma de nossas redes sociais para acompanhar: LinkedIn, Facebook ou Instagram