IASP se engaja no projeto de reabertura do Museu do Ipiranga
9 de outubro de 2018
por Luís Indriunas, da Avocar Comunicação
Instituto alinha parceria com Museu Paulista da USP para colaborar na reforma do prédio, que deverá ser reinaugurado em 2022
A ligação do Museu do Ipiranga com o Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) vem desde o século XIX. Barão de Ramalho, fundador do instituto, foi presidente da Comissão de Obras do prédio, inaugurado em 1895.
Mais de um século depois, o IASP volta a se engajar pela preservação desse importante patrimônio histórico brasileiro. Fechado desde 2013 por problemas estruturais, o prédio que abrigava o museu poderá ser reaberto em 2022, após uma restauração e readaptação que começa a acontecer. O primeiro passo está sendo dado com a elaboração de um projeto arquitetônico.
No entanto, para que esse objetivo seja alcançado e que, no futuro, o prédio e seu acervo de mais de 4.500 itens não sejam novamente ameaçados, é preciso o engajamento de toda a sociedade. “Provocados pelos últimos acontecimentos que explicitaram as reais ameaças à preservação da nossa história, decidimos nos engajar efetivamente no trabalho em prol da cultura nacional”, conta o presidente do IASP, José Horácio Halfeld Ribeiro.
Os primeiros passos para a parceria já foram dados. Reuniões estão sendo feitas para que os associados do instituto possam entender quais as melhores maneiras de colaborar. “Estou muito feliz com essa parceria, afinal somos dois centros de pesquisa e o conhecimento jurídico do IASP poderá nos ajudar muito”, comemora a diretora do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP), Solange Ferraz de Lima.
O diretor e hoje eleito presidente do IASP para o próximo triênio, Renato Silveira, também se engajou no trabalho. Ele participou da primeira reunião de trabalho sobre o assunto na Prefeitura de São Paulo, em setembro. Na ocasião, estavam, além da comissão que administra o projeto e representantes dos funcionários e usuários do Parque da Independência, o prefeito Bruno Covas e os secretários Gilberto Natalini (Verde), André Sturm (Cultura) e Rubens Rizek Jr (Justiça).
Durante a reunião ficou decidido que o IASP poderá ajudar nas questões jurídicas envolvendo licenciamento das áreas para obra, já que há problemas de definição sobre a responsabilidade de cada um dos poderes envolvidos na questão: Estado e Município.
Mas o trabalho do Instituto não deve parar por aí.
Pela perenidade do museu
O desafio para reavivar o Museu do Ipiranga é mais amplo que apenas a reabertura de suas portas em 2022, segundo Solange. A intenção do grupo que trabalha no projeto é que o museu possa se tornar sustentável, garantindo que novas ameaças de fechamento não aconteçam e que seu acervo esteja disponível para pesquisadores e a comunidade em geral.
Nesse sentido, a diretora do Museu Paulista vê a parceria com o IASP como imprescindível em vários aspectos. Primeiro, porque um dos objetivos do grupo é criar uma pessoa jurídica que possa garantir a participação da sociedade na manutenção do acervo, utilizando modelos semelhantes aos adotados em países como Inglaterra e Estados Unidos. “E o grande conhecimento que o IASP tem das leis será de grande valia”, lembra Solange.
Segundo, porque, junto com outras entidades, o instituto poderá se engajar na obtenção de recursos tanto de pessoas jurídicas quanto de pessoas físicas que se interessem pela preservação da história.
Finalmente, como bem salientou a diretora, tanto o museu quanto o instituto são dois centros de estudos e pesquisa. Assim, Solange sonha com possíveis parcerias no sentido de fomentar o aprofundamento da história nacional. “Ainda estamos começando a discutir, mas, com certeza, poderemos juntar esforços nesse sentido também, como acontecia no século XIX”, conclui a diretora.