Palestra no IASP discorre sobre responsabilidades de auditores independentes em companhias abertas

Com diretora da CVM e professores do Insper e FGV, Comissão de Direito Bancário avalia os limites dessa atividade, problemas de governança e o impacto das novas tecnologias nessa área

Com a organização da Comissão de Direito Bancário, o Instituto dos Advogados de São paulo (IASP) sediou, no dia 23/09, a palestra “Auditores Independentes: Papel e responsabilidades em companhias abertas”, com a convidada Marina Copola, diretora da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e professora do Insper.

A seu lado, também convidados para palestrar, a professora da FGV Ilene Noronha e Isac Costa, professor do Insper; além de Alexandre Sansone Pacheco, presidente da Comissão de Direito Bancário e organizador do evento. Também estavam na mesa o vice-presidente da Comissão Flávio Maia; Márcia Lencastre, integrante dessa comissão; o conselheiro Cassio Namur; e Eduardo Dotta, membro da Comissão de Direito e Economia.

 

 

 

 

Marina destacou a tensão constante no trabalho do auditor, visto que ele atua sobre uma linha tênue entre investigador e gatekeeper, já que foi colocado ali com a hipótese sempre presente de fraude. “Há um desconforto permanente de se traçar os limites dessa atividade e o que esperar dela. Em todas as situações, o auditor precisa trabalhar com a hipótese da fraude, e isso coloca o seu trabalho em uma perspectiva totalmente única”, disse.

Justamente por conta disso, explica a diretora da CVM, o parecer do auditor precisa ser auto explicativo: “Por ser muito delicado, o trabalho do auditor precisa se explicar sozinho. Uma pessoa não envolvida que pegar para ler no futuro precisa entender tudo”.

Sansone complementou explicando que “os auditores precisam ter condições de trabalhar, mas também devem ter limites no que podem fazer”. Ilene Noronha ressaltou a importância de se respeitar esses limites, pois “o auditor não é repórter, ele tem que auditar e fazer ressalvas, nada mais do que isso”.

Isac Costa voltou sua palestra para o impacto das novas tecnologias dentro dessa vocação. Segundo ele, a inteligência artificial e outras ferramentas são uma realidade inevitável, mas podem ajudar: “a tecnologia está aí, a dúvida é o que faremos com ela. O auditor não pode olhar tudo, mas chegamos a um momento em que o grau de detalhamento pode ser muito maior com essas novas ferramentas”.