IASP debate discriminação estética no ambiente profissional e normas protetivas

Discriminação, para o jurista Adilson Moreira, ocorre tanto de forma direta quanto inconsciente e que o ambiente de trabalho é historicamente discriminatório. Por isso, segundo o autor de Discriminação Estética, o Direito Antidiscriminatório surge para estabelecer normas jurídicas protetivas que proíbam esse tipo de prática arbitrária.

Professor das faculdades de Direito do Mackenzie e da FGV e doutor em Direito Antidiscriminatório, Moreira foi um dos palestrantes do encontro Direito Antidiscriminatório e Direito do Trabalho, promovido pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) na noite de quarta-feira (12/3), reunindo especialistas para debater o impacto da discriminação no ambiente profissional. A iniciativa foi organizada pela Comissão de Direito Antidiscriminatório do IASP, presidida por Carlos Alberto Santana, que abriu o evento.

Em sua exposição, Moreira destacou que “papéis sociais determinam a nossa percepção de quem pode fazer o quê”. Ele ressaltou que os estereótipos são parte das cognições sociais e que as pessoas são “culturalmente treinadas para esses julgamentos”. Com o jurista, estiveram na mesa Helena de Araújo Bento, Luana Pereira da Costa e Rafaella Pavanello Palmieri, também coautoras do livro Discriminação Estética, lançado no IASP em seguida às palestras.

Luana abordou a definição da discriminação estética, explicando que essa realidade está presente no cotidiano e contribui para a chamada “injustiça estética”, na qual determinadas aparências geram desvantagens para certos grupos. Rafaella compartilhou sua experiência pessoal ao afirmar que percebeu essa forma de discriminação desde o primeiro semestre da faculdade de Direito. Já Helena ressaltou como a discriminação impacta diversas esferas, influenciando processos de contratação, promoção e respeito profissional, defendendo a necessidade de tratar o tema como um crime.

Sessão de autógrafos

Ao final do debate, foi realizado o lançamento e a sessão de autógrafos do livro Discriminação Estética“, escrito pelos debatedores e Gabriela Doll, que não pôde comparecer ao evento. O livro é fruto de uma pesquisa de quatro anos e se propõe a aprofundar o debate sobre o tema, trazendo reflexões acadêmicas e práticas sobre a discriminação estética na sociedade e no mercado de trabalho.